Arquitetura do Iaras: Arte, poesia e vida

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“Deus está nos detalhes”. Esta frase de Mies van der Rohe faz sentido para descrever o projeto do Edifício Iaras. É adotada na prática diária de toda a equipe do Studio MK27, autores de sua arquitetura. Desde a narrativa do fundador e mentor Marcio Kogan, que acha a frase linda, quanto de seus arquitetos diretores e gerentes – Renata Furlanneto, Diana Radoysler e Pedro Ribeiro. As palavras detalhe e detalhamento têm presença fundamental no roteiro cotidiano de seu escritório. Conhecer a planta, as vistas e acompanhar suas reflexões confirma estarmos diante de um projeto que só poderá oferecer felicidade a quem tiver o privilégio de habitar suas propostas de vida formatadas com “milhares de detalhes”.

A fronteira tênue ou a relação de dentro e fora inspirada no modernismo, com a possibilidade de se sentir em uma casa mesmo habitando um andar elevado é um luxo. E a planta com a cozinha também voltada para a frente do prédio, assim como a sala, confirma o propósito de facilitar o convívio. A característica proximidade dos gaúchos com a churrasqueira reforça a ideia de facilitar essas delícias da vida cotidiana. Como detalhes arquitetônicos propriamente, vale referir a quina de vidro na sala interligada com a varanda, caixilhos do piso ao teto e a vista emoldurada pelas lajes. Já o muxarabi entra com a privacidade na medida sobre a transparência para proteger a área íntima.

Kogan aprovou, para contracenar com o seu projeto, o trabalho da arquiteta paisagista Susana Nedel, que trabalha com a sutileza de pensar a área externa em camadas. Não há apenas vegetação no projeto de paisagismo, mas todos os elementos que compõem o exterior do edifício, dos materiais sólidos aos aromas emanados pelas plantas no seu entorno. Tudo pensado em cada detalhe, ao estilo dos criativos do Studio MK27.

Clássico do modernismo

Agora, um luxo que acompanhará os moradores do edifício é a presença da arte de forma quase solene e ao mesmo tempo natural. Uma escultura de As Iaras, obra de Alfredo Ceschiatti, parte do imaginário dos brasileiros, disposta junto ao Palácio da Alvorada, em Brasília, ocupará o prédio residencial como um ponto de destaque inesquecível. A escultura que habitará Porto Alegre tem escala um pouco menor daquela histórica e faz parte de uma edição limitada. Esta peça repousará sobre um espelho d’água no hall de entrada do prédio que leva seu nome.

Como o roteiro de um bom filme – Marcio Kogan é cineasta e dirigiu Fogo e Paixão com o também arquiteto cineasta Isay Weinfeld (autor de outro projeto Kopstein, Varanda) – o início da história tem que ser instigante para merecer a atenção do espectador. Vale lembrar que a arquitetura modernista brasileira sempre tinha a presença marcante de uma escultura. E esta obra será “uma homenagem ao modernismo”, confirma o paulista internacional Marcio Kogan, um dos arquitetos brasileiros mais premiados, que ressalta terem envolvido “muito amor” no projeto do Iaras para Porto Alegre:

– A precisão arquitetônica, as proporções impecáveis, o detalhamento preciso, um hall de entrada emocionante, uma escultura histórica flutuando na água, a deliciosa piscina interna, a luz poética que os muxarabis criam. Tudo isso é simplesmente um edifício residencial.

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