Leveza Concreta

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Materiais expostos em sua aparência natural – criando contrapontos entre superfícies ora frias, ora quentes e grandes aberturas de vidro para capturar a luz traduzem hoje a arquitetura brasileira dos edifícios. O Parreiras 153 foi projetado pelo arquiteto Ronaldo Rezende e seu filho, Raul Rezende, nos mínimos detalhes, como “um prédio leve, com bordos que terminam em 7cm e, vistos de longe, são quase nada”. O resultado é “leve, sofisticado”, conforme Ronaldo Rezende, que considera esse o diferencial do projeto: um “braço muito fino” na arquitetura, um toque “artístico”.

Mas vale referir outra característica igualmente marcante do prédio que impacta também nos apartamentos: toda a frente do edifício tem sacadas com tetos inclinados para fora. “A ideia é que o forro saia da varanda”, ressalta o arquiteto, ao destacar o resultado desse recurso para criar uma “ambiência única”. Na entrada do empreendimento, há a mesma proposta ascendente, exibindo desde o acesso a linha da arquitetura única.

Ronaldo Rezende ressalta a sua filosofia de projeto autoral, ou seja, não repete linguagem nem projeto:

– Somos contemporâneos, tendemos ao minimalismo sem ser exagerado – resume e diz considerar que o projeto arquitetônico é muito parecido com a criação de uma música, no seu caso, com a inspiração tomando conta do criador nos momentos mais inusitados.

Ronaldo e Raul têm uma rotina intensa e dedicada à arquitetura que resulta em prédios altos e diferenciados, conforme a localização e a função de cada um. Mas os turnos no escritório que dobrou de tamanho durante a pandemia não contêm a criatividade: Ronaldo confessa que gosta muito de desenhar do chuveiro: “Saio dali e desenho logo”. Já o filho, conta Ronaldo, dá vazão à criatividade de madrugada.

 

Consciente da responsabilidade do arquiteto para melhorar a qualidade de vida das pessoas, o experiente Ronaldo Rezende ressalta que o projeto tem que ser belo e atraente não só para quem mora, mas para quem passa na frente do edifício. O entorno do Parreiras, numa rua arborizada em aclive no bairro Bela Vista, de “caráter quase bucólico”, inclui uma pracinha e o canto dos passarinhos. Esse apelo aos sentidos será reforçado pelo projeto de outra grife, a arquiteta paisagista Susana Nedel. Junto ao prédio que se abre para a vista privilegiada dessa linda região da Capital, a elegância verde será um dos atributos a seduzir quem tomar contato com o projeto. Não à toa o resultado é como uma obra de arte vertical, emocionante de observar, porém acrescida de funcionalidade.

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